Deputado questiona ausência de apoio para abrir CPI sobre fraudes nos consignados e afirma que rombo financeiro revelado poderá surpreender a população de Mato Grosso.

O deputado Júlio Campos criticou a falta de apoio na Assembleia Legislativa para a criação de uma CPI que investigue a atuação da empresa Capital Consig.

Durante discurso, o parlamentar afirmou que não acredita na união de oito deputados que assinem a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

A denúncia envolve supostas fraudes em contratos de empréstimos consignados, que prejudicaram mais de 12 mil servidores públicos com cobranças abusivas e valores não creditados.

Segundo Campos, a Seplag falhou gravemente ao autorizar empresas sem capacidade técnica, abrindo caminho para fraudes e prejuízos financeiros aos servidores estaduais.

Ele também alertou sobre possíveis interesses políticos ocultos, que estariam por trás das empresas credenciadas e lucrando com empréstimos garantidos por folha de pagamento.

Além disso, o deputado elogiou o Tribunal de Contas do Estado, que já iniciou uma apuração técnica das denúncias apresentadas por sindicatos de servidores públicos.

No entanto, Júlio Campos defendeu o envolvimento da Polícia Civil e do Ministério Público para aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos nas irregularidades.

“Se souberem o tamanho do rombo que existe, vão cair para trás”, afirmou o deputado, insinuando que a fraude pode ter proporções alarmantes e antigas.

O Ministério Público Estadual apura documentos que mostram valores liberados menores que os acordados, com diferenças nas Cédulas de Crédito Bancário (CCB).

Diante da repercussão, o governador Mauro Mendes suspendeu a cobrança dos juros consignados por 90 dias, buscando amenizar os prejuízos aos servidores afetados.