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Expectativa vs. Realidade: Descubra por que o Diabo Negro é Tão Pequeno.

O tamanho reduzido do corpo é outra adaptação crucial para a sobrevivência nas profundezas oceânicas. Corpos menores apresentam uma área de superfície menor, o que reduz a exposição à pressão esmagadora do ambiente abissal. Além disso, a ausência de estruturas como a bexiga natatória evita problemas relacionados à compressão de gases sob altas pressões. Essas características permitem que os peixes abissais mantenham a integridade estrutural e funcional de seus corpos em condições extremas.

Recentemente, um raro avistamento do peixe-diabo negro (Melanocetus johnsonii) ocorreu próximo à superfície na costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha. Este peixe abissal, conhecido por habitar profundidades entre 200 e 2.000 metros, foi encontrado por pesquisadores da ONG Condrik Tenerife durante uma expedição em janeiro de 2025. Infelizmente, o espécime sobreviveu apenas algumas horas após o resgate, possivelmente devido às condições adversas fora de seu habitat natural.

O peixe-diabo negro é caracterizado por uma aparência intimidadora, com uma antena bioluminescente que utiliza para atrair presas. Apesar de sua representação em filmes como “Procurando Nemo” sugerir um tamanho maior, as fêmeas dessa espécie medem cerca de 18 centímetros, enquanto os machos atingem aproximadamente 3 centímetros.

A zona abissal, onde o peixe-diabo negro normalmente reside, apresenta condições extremas: ausência total de luz, temperaturas entre 0 °C e 3 °C e pressões que podem chegar a mil vezes a pressão atmosférica ao nível do mar. Essas pressões elevadas influenciam diretamente as características fisiológicas dos organismos abissais. Para sobreviver nesse ambiente, esses peixes desenvolveram adaptações como esqueletos leves e corpos flexíveis, permitindo que suportem a pressão intensa e capturem presas de tamanhos variados.

O aparecimento do peixe-diabo negro em águas superficiais é extremamente raro e pode ser atribuído a fatores como doenças, correntes oceânicas ascendentes ou fuga de predadores. Essas situações podem desorientar o animal, levando-o a deixar seu habitat profundo e, consequentemente, expondo-o a condições ambientais para as quais não está adaptado, resultando em sua morte.